Minutos atrás*, como se antecipava no post anterior, o voto de Ricardo Lewandowski consumou o julgamento da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Foi absolvida, por unanimidade, das acusações de corrupção e de
lavagem de dinheiro, embora Edson Fachin, acompanhado por Celso de
Mello, tenha tentado fazer um arranjo para incriminá-la por “caixa-dois”
eleitoral.
E, por isso, a mídia vai dizer que ela foi absolvida por 3 a 2, quando
todos os 5 ministros reconheceram (dois a contragosto) que não havia
nenhum dos dos crimes que lhe foram imputados.
Infelizmente, não se pode chamar a isso uma vitória da Justiça.
É, antes, uma condenação de um sistema policial-judicial que,
impunemente e por mais de três anos, enxovalhou a reputação de uma
pessoa contra a qual nada se tinha além dos depoimentos dos dedo-duros
de Sérgio Moro, que falam e acusam, como todos sabem, de acordo com a
vontade dos lavajateiros.
Quem é que irá restituir o que essa mulher e sua família passaram?
Quem vai devolver os sobressaltos e humilhações a que a histeria
udenista os infernizaram?
A máquina de moer reputações engasgou na hora de devorar Gleisi, mas continua funcionando a todo o vapor.
Mesmo quando ocorre, como se passou com ela, a demonstração de que
não há provas, chegamos ao ponto de que dois ministros fazem um
malabarismo antijurídico para que, afinal, a alguma coisa se possa
condená-la, apenas porque “o Direito da Lava Jato” não admite que possa
estar investindo contra inocentes, porque são todos “ideologicamente
culpados”.
Vai custar até que se desmonte esta máquina perversa e, com toda a
sinceridade, não de deve ser muito otimista quanto ao julgamento dos
recursos pela mesma Segunda Turma do STF, marcado para terça-feira.
Fez-se um pingo de Justiça a Gleisi, verdade que depois de muitas
injustiças. Mas contra Lula ainda há um oceano do mal a cruzar-se até
que se restabeleça a verdade.
*Postado na noite de 19/06/2018 por Fernando Brito (jornalista), no Tijolaço, do qual é Editor.
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