Por Marco Maia*
Na passagem da Caravana do Presidente Lula pelo Rio Grande do Sul eram esperadas manifestações contrárias daqueles que, em 2016, patrocinaram e inflamaram a quebra da ordem democrática no país. No entanto, as cenas que presenciamos no interior do Estado em nada condizem com a nossa formação política e cultural e, acima de qualquer divergência política, envergonharam os gaúchos.
Assim como no ato de 24 de janeiro passado, aqueles contrários a Lula e ao PT não foram capazes de mobilizar número expressivo de pessoas. A cada dia, as faces do golpe ficam mais evidentes e, mesmo assim, Lula e o PT seguem firme nas pesquisas, mantendo a preferência do eleitorado.
Contudo, o que ainda tratávamos como divergências políticas agora ganharam novos contornos. Somos filhos de uma terra, berço de lideranças políticas que sempre forjaram sua luta na defesa da democracia, inclusive formando trincheiras contra as tentativas de golpes de Estado. Se as “nossas façanhas servem de modelo a toda a terra”, a melhor tradição gaúcha foi usurpada por homens e mulheres que usaram da liberdade democrática para impor com pedras seu viés fascista.
Os atos patrocinados pela elite miliciana rural no interior do Estado não representam nossas tradições, nossa história e nosso povo. O legado político do Rio Grande tem na defesa da democracia e na luta pela justiça seu maior patrimônio. Na incapacidade de conviver com o contraditório, bloquearam estradas, agrediram pessoas e até armas foram vistas em punho sob o olhar, em muitos momentos, sereno {e conivente} das autoridades da segurança pública.
As violências e agressões que já são comuns no mundo virtual, ganharam forma no mundo real.
O que ocorreu no Rio Grande do Sul e, pelas informações, poderá seguir ocorrendo nos demais estados do Sul, configura um atentado contra a democracia e deve receber nosso maior repúdio.
As autoridades precisam agir para impedir que tais atos se repitam. Não é admissível que pessoas tenham sua vida ameaçada pelas suas opiniões políticas.
Mesmo com a ruptura do golpe, continuamos crendo na democracia. Não recuaremos um segundo na defesa de Lula livre, denunciando em todos os espaços as arbitrariedades que são cometidas contra ele.
O ódio, a agressão, a violência constituem o caminho dos covardes.
A democracia passará e os fascistas não passarão!
*Marco Maia
é Deputado Federal do PT/RS
(Foto: Lula em Bagé - via face)
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