São Leopoldo/RS - Sul21 - por Fernanda Canofre - No meio da fala pública que realizou na noite desta sexta-feira (23), diante de 15 mil pessoas no centro de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva puxou versos do cantor Teixeirinha. A música era Gaúcho de Passo Fundo. Ele arrematou: “…e trato todo mundo com o maior respeito”. “Não é assim? Era só isso que eu queria cantar lá hoje”.
A referência foi à movimentação de sindicatos rurais e políticos de direita da cidade da região norte do Estado que barraram a chegada da caravana petista. A primeira vez desde que Lula começou suas viagens pelo Brasil, no ano passado.
Os problemas na região norte atrasaram os planos da viagem. Por questões de segurança, recomendação da própria Brigada Militar, o ato na cidade teve de ser cancelado. Lula disse não ter se surpreendido.
“Eu sou um cidadão bem informado. Eu tinha bastante conhecimento da situação do Rio Grande do Sul, sabia dos resultados eleitorais e venho acompanhando os discursos e comentários. Veja que eu resolvi fazer uma caravana não-eleitoral. Senão, eu teria escolhido as dez maiores cidades do Estado e fazer atos como esse. Escolhi a região menos habitada demograficamente”.
A decisão de concorrer à Presidência este ano, segundo ele, também estaria embalada em não aceitar “a raiva e o ódio” que estariam estabelecidos na sociedade brasileira. E que se conseguir se registrar como candidato, sem medo de ser ufanista, ganha no primeiro turno.
“Será que eles não aprendem a jogar o jogo democrático? Eles acham que são bons? Ora, disputem as eleições. Coloquem um monte de candidatos e elejam. É o [Michel] Temer (MDB)? Que seja o Temer, não tem problema. É o [Geraldo] Alckmin (PSDB)? É o Bolsonaro (PSL)? Não tem problema. Só não pode ser a Manuela [D’Ávila, PC do B] e o [Guilherme] Boulos (Psol) que nós vamos estar juntos em algum momento. Indiquem quem quiserem e vamos para a disputa”.
Sem comentar o julgamento do habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) ou o acordo de adiar uma decisão a respeito dele até o dia 4 de abril, Lula ironizou sobre o fim da sua caravana na região Sul do país.
“Vou terminar minha caravana na Boca Maldita, no centro de Curitiba. Vou fazer isso porque aprendi desde pequeno: quem não deve não teme. Quem é honesto, não baixa a cabeça”.
A capital paranaense é a origem dos processos da Lava Jato contra ele e onde boa parte dos políticos presos é mantida. Inclusive o ex-deputado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB).
Na fala em São Leopoldo, uma das cidades gaúchas onde o PT conquistou prefeitura em 2016, com Ary Vannazi, Lula deu uma amostra de que pretende seguir o slogan do governo interrompido de Dilma Rousseff (PT), com foco na educação.
“Quero voltar a ser candidato para provar que é possível fazer mais educação, que é possível fazer mais saúde. Eles que se preparem porque eu vou federalizar o ensino médio nesse país. Se vai custar dinheiro, ótimo. Eu tenho dito todo dia que educação não é gasto, é investimento. Eles sabem que vamos voltar a gerar emprego”. (...)
-Para continuar lendo CLIQUE AQUI
Nenhum comentário:
Postar um comentário